Obediência


Texto extraído do capítulo "Obediência" do livro "95 Teses Sobre Justificação Pela Fé" de Morris L. Venden.


A Verdadeira Obediência Vem de Dentro Para Fora, Não de Fora Para Dentro. (Tese 56)

Quando meu irmão e eu éramos pequenos, nossa mãe confeccioou-nos chapéus de cozinheiros e aventais, e designou-nos tarefas para ajudá-la na cozinha. Um de nossos trabalhos era lavar os pratos, e o fazíamos por turnos. Uma vez meu irmão lavava e eu enxugava; outra vez eu lavava e ele enxugava.
Aqueles pratos estavam excepcionalmente limpos ao tempo em que terminávamos o trabalho, porque nada causava maior alegria ao coração de quem enxugava do que ser capaz de devovler um prato para ser lavado outra vez! Meu irmão me entregava um prato de volta e eu dizia: 'Este prato está limpo!"
Ele então apontava para alguma mancha insignificante que passara despercebida, e dizia: "Você chama isso de limpo?" E lá ia o prato para a água de sabão outra vez.
Uma coisa eu aprendi, durante o aprendizado na cozinha: Se você faz com que o interior esteja limpo, o exterior também deve estar limpo.
Jesus, certa feita, empregou a mesma analogia para repreender os fariseus. Ele disse: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes por dentro estão cheios de rapina e intemperança. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do corpo, para que também o seu exterior fique limpo." Mateus 23:25 e 26.
Quando Deus Atua no problama do pecado, Ele vai ao cerne da questão - o coração da pessoa! Esta é uma das principais premissas da justificação pela fé. Deus não é dos que põem bandagem sobre o câncer. Ele sabe que quando o coração está certo, tudo o mais se ajustará no lugar.
Nós, seres humanos, impressionamo-nos com a obediência exterior, porque o exterior é tudo quanto podemos ver. Mas Deus olha para o coração, e nenhuma quantidade de polimento externo pode ocultar o pecado que jaz no coração. Portanto, somente a limpeza do coração tem qualquer valor em sua perspectiva.
Um parágrafo clássico sobre este assunto, escrito para nossa igreja algum tempo atrás, aparece, por incrível que pareça, no livro Conselho Sobre o Regime Alimentar. "O plano de iniciar pelo exterior e procurar operar interiormente, tem sempre falhado e falhará sempre. O plano de Deus para vós é começar na própria sede de todas as dificuldades - o coração - e então do coração hão de jorrar os princípios da justiça; a reforma será tanto externa como interna."
Há uma filosofia no mundo contemporânio, que você encontra por toda parte. Alega que a maneira de mudar é disfarçar pelo lado de fora por certo período de tmepo, e que se continuar mantendo o disfarce por tempo suficiente, a mudança finalmente será interiorizada. Por exemplo, suponhamos que você deteste o seu vizinho. Bem, se você apenas agir de um modo amorável, mais cedo ou mais tarde começará a amá-lo. O mesmo se daria com um casamento em crise: é só como se estivesse novamente apaixonado, e em breve tudo será superado. Se estiver tendo problemas financeiros, apenas aja como um milionário, e quando menos esperar, estará rico!
O pensamento positivo tem estado em voga por muito tempo. Há somente um problema com isso - não funciona! Lúcifer foi o primeiro a tentá-lo; ele dizia para si mesmo: "Serei semelhante ao Altíssimo." E tentou agir como Deus, mas acabou comportando-se como o diabo! contudo, quantos cristãos não têm tentado o método dele, esperando agir como Deus, agir como Jesus, comportar-se de maneira amorável. É um beco sem saída.
Por outro lado, se permitir que Deus opere um milagre em seu coração e o transforme no interior, o exterior inevitavelmente refletirá a transformação interior. A mudança interior está disponível. Ela vem mediante o contemplá-Lo o permitir que o Seu Espírito transforme o coração.

A genuína obediência é natural e espontânea. Ela vem apenas mediante o relacionamento de fé com Cristo. (Tese 57)

Já ouviu falar de uma "contradição de palavras"? Especialistas no idioma têm um termo interessante para isso, mas o que estão ressaltanto é o emprego de duas palavras juntas que se contradizem. Um exemplo disso seria "bondade cruel", ou "bravo convarde". Às vezes escritores ou oradores podem utilizar tais antíteses para tentar descrever duas emoções ou acontecimentos conflitantes.
Que tal "obediência natural"? Isso lhe soa como uma contradição de palavras? Quando pensa em obediência, pensa em termos de trabalho duro, esforço e luta? É possível que a obediência não será espontânea.
Uma razão por que a obediência não seria natural é se ela fosse somente exterior, e não interior. Se você deseja fazer ago, mas forçosamente faz outra coisa, então a obediência não será espontânea.
Quanto de nossa assim chamada obediência nos tem forçado a fazer algo que não desejamos? Fazemos enquanto crianças. Nossos pais nos dizem para limpar o quarto, tomar um banho, ou comer espinafre. Mas nós gostamos do quarto do jeito que está. Estamos no estágio de ter alergia por água. Detestamos espinafre. E assim resmungamos e nos queixamos, mas finalmente, de má vontade fazemos o que somos forçados a fazer. E chegamos a imaginar ser isso obediência.
Pode reprensentar extraordinária boa nova descobrir que Deus tem um plano melhor para a obediência do que isso. Atos dos Apóstolos, págs. 482 e 483 o descreve: "Não podemos pôr por nós mesmos nossos propósitos, desejos e inclinações em harmonia com a vontade divina; mas se estamos dispostos, o Salvador fará isso por nós, 'destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo'. II Coríntios 10:5."
Se os seus pensamentos e desejos são para o direito, então a coisa natural e espontânea não deveria ser prosseguir praticando ações corretas?
Deus prometeu algumas mudanças emocionantes em nossa forma de pensar, o que resultará em genuína obediência em vez de conformidade exterior. Ele prometeu trazer nossos sentimentos, pensamentos e propósitos em harmonia com Sua vontade. Ver Caminho Para Cristo, pág. 61. Ele prometeu mudar os gostos e inclinações até que sejam puros e santos. Ver Obreiros Evangélicos, pág. 127. Prometeu que ao olharmos para Jesus, contemplá-Lo, seremos mudados até que a bondade se torne nosso instinto natural. Ver Parábolas de Jesus, pág. 355. Promete dar-nos, novamente, novos propósitos, e novos motivos. Mensagens aos Jovens, pág. 72.
Pense agora sobre isto por um isntante. Se os seus sentimentos, pensamentos, propósitos, gostos, inclinações, desejos, motivos e instintos estiverem em harmonia com a vontade e a metne de Deus, então o que ocorrerá com suas ações? Terá você que esforçar-se duramete para obedecer ou encontrará obediência natural e espontânea?
Observe estes parágrafos: "Se tivermos o amor de Cristo em nossa alma, será conseqüência natural termos todas as demais graças - alegria, paz, longaminidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." - Minha Consagração Hoje, pág. 50. "Os filhos de Deus nunca se esquecem de fazer o bem... As boas obras são espontâneas para eles, pois Deus lhes transformou a natureza por Sua graça." - Idem, pág. 193.
Descrever a obediência como "natural" e "espontânea" não é uma contradição de palavras. É boas novas! O plano de Deus para você é transformá-lo de dentro para fora, de modo que o obedecer-Lhe trar-lhe-á o maior deleite, porque é exatamente o que sente que deve fazer.

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